A quietude da noite é rompida
pelos roncos dos motores cromados.
Velozes máquinas avançam pela nua estrada
com graves e compassadas explosões.
O cão foge assustado
das negras Harleys raivosas;
eles invadem o velho Stella Open Bar
com seus reluzentes coletes de couro.
Um soco atinge uma boca ou duas.
Cadeiras e garrafas voadoras espatifam-se pelo chão.
Ela, no canto, assiste ao show, entediada.
Vira desdenhosamente o rosto para o nada.
A fumaça do seu cigarro se expande
dissolvida na quietude da noite.
De novo, as Harleys aceleradas queimam os pneus.
Lânguida, ela sobe na garupa e parte.
O cão late, o neon tremula o vermelho
que se apaga na noite já quieta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário