terça-feira, 31 de março de 2009
Por dentro ou por fora
sexta-feira, 27 de março de 2009
Laurence Olivier in Hamlet
HAMLET
Ser ou não ser, eis a questão; será mais nobre
Em nosso espírito sofrer pedras e setas
Com que a Fortuna enfurecida, nos alveja,
Ou insurgir-nos contra um mar de provações
E em luta pôr-lhes fim?...
Tempos Hamletianos
Em cartaz no Rio, Hamlet de Aderbal Freire-Filho, protagonizado por Wagner Moura. Ocasião para refletir sobre as palavras acima, ditas pelo protagonista da principal tragédia de Shakespeare. Aceitar o que o destino duramente impõe ou é chegada a hora de romper com as farsas e mentiras?
"O segredo de Freud"
Moisés - patriarca do povo hebreu
S. Freud - pai da psicanálise
Cena única: em algum lugar entre o céu e a terra, Moisés e Freud conversam.
Moisés
Tenho que admitir que você foi brilhante com a sua conclusão sobre a minha origem egípcia, embora um tanto cruel.
Freud
Obrigado. Toda verdade quando revelada é cruel, às vezes até insuportável para quem é dirigida.
Moisés
É sempre desgastante para ambos os lados. O homem não vive sem as ilusões.
Freud
Mas, ocasionalmente, alguns segredos devem ser expostos...
Moisés
E você foi um dos raros homens incumbidos dessa tarefa...digamos, divina.
Freud
É porque se torna impossível reter a verdade dentro de si. Tem que compartilhar a dor.
Moisés
Eu também tenho uma verdade e aguardei longo tempo e já não posso mais segurá-la dentro de mim.
Freud(surpreso)
Você? mas, que valor haveria de ter uma verdade a ser revelada, nesse estado em que nos encontramos?
Moisés
Engano seu. Pois mesmo nós, aqui, nesse lugar sem-nome, nessa nuvem, devemos revelar certas verdades ocultas.
Freud
E que verdade é essa?
Moisés
É uma verdade sua...um segredo seu.
Freud(curioso)
E qual é?
Moisés
Você é um homem religioso! Sempre foi e sempre escondeu de todos. Um problema de aceitação. No fundo, você mentia para ser aceito nos seus "círculos científicos".
Freud
Quem jamais mentiu?
Moisés
Você por ser um homem religioso, você profanou a Arca da Aliança. Usou-a para construir o seu modelo de psiquismo humano. Aquilo que você chama de 2ªTópica.
Freud(defendendo-se)
E isso é uma mentira?
Moisés
O seu orgulho é! A sua invenção de Ego-Id-Super-ego, já estavam dentro da Arca da Aliança há 3600 anos passados. Isso você não revelou!
Freud
Eles não acreditariam.
Moisés
Talvez. Sempre foram influenciados pelas idéias gregas.
Freud
Entendi o significado daqueles elementos dentro de uma caixa de ouro e percebi que a psicanálise só poderia ser fundada por nós, os judeus.
Moisés
Ao não revelar as origens da sua descoberta você tornou-se um religioso, pois como um rabino, escondeu o simbolismo dos objetos que eu guardei no interior da Arca por ordem do Criador. Ao fazer uso das tábuas, Deus criou a Lei e você tomou-a para idealizar o Super-ego. Ao guardar o bordão de Arão, que floresceu e dava amêndoas, você, Freud, tomou-o como expressão do Id, repleto de pulsões livres. Quanto ao maná, que Deus me ordenou que fosse guardado como significado do sustento diário no tempo do deserto. Você usou como sentido da dura realidade cotidiana experimentada pelo Ego.
Freud(resignado)
Admito minha fraqueza. Fui vaidoso, mas já não tem importância nessa dimensão em que nos achamos, não é mesmo?
Moisés(sarcástico)
Sinto muito desapontá-lo Freud. Essa nossa nuvem virtual está conectada à internet e eles lá embaixo vão saber desta história. É melhor que seja assim, afinal, não há segredo que um dia não seja revelado.
quarta-feira, 25 de março de 2009
Violência no Rio
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quinta-feira, 19 de março de 2009
pequeninas almas
Elas percorrem o avesso do meu corpo
E livres
Provocam leves arrepios.
Excitado, eu passo e sigo...
Mas não sinto.
Alguém não me chama
Mas... eu ouço lá fora.
Surpreso, não entendo.
Conformado, me rendo e me entrego...
E não me ressinto.
E minhas vidas e meus devires?
São tantas minúsculas vidas,
de tão fortes, tão fortes,
que me arremessariam
longe daqui onde estou cansado...
Mas, meus ouvidos não escutam
As pequeninas almas.
Só ouço quem não me chama.
quarta-feira, 18 de março de 2009
L'année dernière à Marienbad (2) A. Resnais
Incentivo a todos a assistirem este filme, para experimentar a quebra do tempo linear, o tempo cronológico, que nos arrasta do passado para o futuro.
A descontinuidade do tempo em Marienbad realiza uma ruptura com este tempo e nos prepara para novos possíveis. Assistam e permitam-se a viver novos mundos, mesmo que doa a quebra com o esquema sensório-motor, que impõe a repetição e nos escraviza.
segunda-feira, 16 de março de 2009
domingo, 15 de março de 2009
Quem aguenta esses chatos?
Tarso Genro e seu gestual estudado é quase insuportável com suas opiniões;
Diogo Mainardi - se acha. Não acredito um pingo no que escreve;
Naiá, Ana, Max e Francine do BBB9, caramba, vou parar de zapear meu controle remoto.
sexta-feira, 13 de março de 2009
E aí CNBB, como é que fica?
I Peço à musa do improviso
Que me dê inspiração,
Ciência e sabedoria,
Inteligência e razão,
Peço que Deus que me proteja
Para falar de uma igreja
Que comete aberração.
II Pelas fogueiras que arderam
No tempo da Inquisição,
pelas mulheres queimadas
Sem apelo ou compaixão,
Pensava que o Vaticano
Tinha mudado de plano,
Abolido a excomunhão.
III Mas o bispo Dom José,
Um homem conservador,
Tratou com impiedadeA vítima de um estuprador,
Massacrada e abusada,
Sofrida e violentada,
Sem futuro e sem amor.
IV Depois que houve o estupro,
A menina engravidou.
Ela só tem nove anos,
A Justiça autorizou
Que a criança abortasse
Antes que a vida brotasse
Um fruto do desamor.
V O aborto, já previsto
Na nossa legislação,
Teve o apoio declarado
Do ministro Temporão,
Que é médico bom e zeloso,
E mostrou ser corajoso
Ao enfrentar a questão.
VI Além de excomungar
O ministro Temporão,
Dom José excomungou
Da menina, sem razão,
A mãe, a vó e a tia
E se brincar puniria
Até a quarta geração.
VII É esquisito que a igreja,
Que tanto prega o perdão,
Resolva excomungar médicos
Que cumpriram sua missão
E num beco sem saída
Livraram uma pobre vida
Do fel da desilusão.
VIII Mas o mundo está virado
E cheio de desatinos:
Missa virou presepada,
Tem dança até do pepino,
Padre que usa bermuda,
Deixando mulher buchuda
E bolindo com os meninos.
IX Milhões morrendo de Aids:
É grande a devastação,
Mas a igreja acha bom
Furunfar sem proteção
E o padre prega na missa
Que camisinha na lingüiça
É uma coisa do Cão.
X E esta quem me contou
Foi Lima do Camarão:Dom José excomungou
A equipe de plantão,
A família da menina
E o ministro Temporão,
Mas para o estuprador,
Que por certo perdoou,
O arcebispo reservou
A vaga de sacristão.
(*) Poeta popular, Miguezim de Princesa,é paraibano radicado em Brasília.
(enviado por Lourdinha Duquesnois)
quinta-feira, 12 de março de 2009
Ressonâncias
Oquecêqué
Olhaí o D2 mexendo o caldo cultural brasileiro. Mexe o samba, mexe o afro, mexe o hip hop.
quarta-feira, 11 de março de 2009
"Deus livre o país de juízes como Gilmar"
É isso aí, falou, levou. A frase acima foi dita pelo presidente da Comissão Pastoral da Terra - CPT, Dom Xavier Gilles de Maupeou na semana passada, por ocasião do pedido do presidente do STF, para agilizar os julgamentos de conflitos agrários. A nota divulgada pelo bispo destaca o fato de ser o ministro Gilmar Mendes um latifundiário e contra o MST.
Afinal, quando se dará de fato a reforma agrária? Repasses de verbas para ONGs que financiam guerrilha é uma vergonha. O governo deve tomar a frente disso com determinação. Ninguém quer "revolução agrária", com mortes de ambos os lados, depredação de prédios públicos e de propriedades privadas, mas também, ninguém quer que o trabalhador rural seja um pária sem destino, sem terra, sem esperança. Dar dinheiro para ONGs e não acompanhar os resultados é grave. Falta responsabilidade e falta um projeto maior para o campo.
O MST é um movimento legítimo e necessário dentro daquilo a que se propõe, rumando nos trilhos da legalidade. Quando busca obter seus direitos de estar assentado em terras doadas pelo governo ou terras improdutivas que foram desapropriadas é justo. Buscar apoio e associação com cooperativas integradas, que privilegiam a compra de seus produtos agrários. De receber incentivos e financiamentos para compra de equipamentos, como já é feito através do Banco do Brasil. São os objetivos maiores do MST.
O campo pode conviver com terras socializadas e terras privadas. Somos um país de vasta geografia e de cultura, capaz de um convívio pacífico inclusive nos temas de contradição histórica. Minifúndios agregados e latifúndios não são antagônicos.
Os assentamentos ocorrem com regularidade, mas não tem velocidade e parecem ser deficientes, porque as legiões do MST, dirigidas por líderes que apostam no quebra-quebra, vão surgindo e pipocando em todas as regiões do país, desde o Pontal do Paranapanema ao nordeste e seguindo pelo serrado até o Pará e Mato Grosso. Isso tem que ser resolvido e rápido. Onde emperra? É no judiciário? Nas decisões dos tribunais? Ou nas burocracias do executivo? Alguém tem que estudar isso e buscar as soluções. O que não pode mais, é assistirmos invasões, confronto entre camponeses e milícias armadas dos fazendeiros de um lado e a passividade do governo e em especial o sistema judiciário brasileiro, que é uma máquina impiedosa, fria e atrasada, que judia dos brasileirinhos dos nossos confins e solta os barões capitalistas com seus habeas corpus.
A justiça deve ser acelerada para a boa causa social, visando a justiça do campo, não apenas para dar a reintegração de posse, para terras que foram roubadas do patrimônio nacional algum dia do passado, por aproveitadores e espertos.
domingo, 8 de março de 2009
quinta-feira, 5 de março de 2009
Bobby Fischer Tribute -Simply The Best
Herói Libertário. Nem Don Quixote se igualou. Sozinho enfrentou a maior potência enxadrística e venceu, a URSS. Depois enfrentou o fisco americano e sobreviveu. Nem comunismo e nem capitalismo quebraram com a determinação humana de não ser encaixotado nessas prisões ideológicas.
quarta-feira, 4 de março de 2009
Depois da crise, uma nova economia de sonhos
Não haverá fim e sim, retomada. Esse modelo é inesgotável. Possui uma capacidade regenerativa semelhante a um organismo multicelular, que, embora adoecido, demonstra reação surpreendente.
Como existe dinheiro no mundo! Esse é o oxigênio do capitalismo: a moeda circulante. Enquanto houver interesses e necessidades, haverá mercado. Pronto. O sistema roda. A perversão está em incutir falsas necessidades, criar fantasias de um mundo paradisíaco, como qualquer droga. O resultado desse processo é tentar responder a seguinte pergunta: por que é tão difícil viver em um mundo real, na exata dimensão do que se é, com suas qualidades e defeitos?
Porque viver com o que somos e construir um modelo próprio de ser humano, exige não ser capturado pela dinâmica do perfeccionismo vigente, imposto através da mídia.
Quando a mulher se olha no espelho e se vê gorda em comparação com o ideal propagado pela moda, ela se frustra e mergulha nesse capitalismo autofágico, que se alimenta do combustível "desejo humano".
A isto podemos chamar de subjetividade capturada.
segunda-feira, 2 de março de 2009
Ano novo, vida nova: o carnaval acabou!
O Rio de Janeiro deu uma demonstração de capacidade de se reinventar, reunindo para mais de 400 blocos carnavalescos, espalhados por toda a cidade durante os seis dias, incluindo o de 4ªfeira de cinzas. O povo aventurou-se numa farra gigantesca, embalada por sambas e marchinhas. Quem não acreditava na ressureição do carnaval de rua do Rio, surpreendeu-se com o fôlego da cidade de produzir um carnaval de multidões, com tamanha alegria e beleza.