quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Linhas Aéreas

Linhas de Alta_Linhas de Baixa_Telefonias_Energias_Muflas_Chaves_
Conectores_Trafos_Medidores_Shunts_Terminais_Isoladores_Passadores_
Guias_Operadores_Consumidores_odores_Motores_
Postes_Sol_Céu.
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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Mas que lombra é essa?

pitibiriba de riba deu
no quitiripapo papo
do quetilequê perdeu
o tucanaré bebé;
foi quando o urubú-meu-rei
no bico trazia a muiraquitã malsã,
que brilhava nos óio pretim
de Macunaíma tantã.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Homenagem a Lucien Freud

Máscaras fracas e baratas,
que cobrem seu rosto por encosto
e impedem o seu medo,
 o seu medo de revelar
dentro do lar, no mar
e só por trás, nesse cais
é capaz, oh rapaz
de olhar e calar
as verdades e vaidades,
banais, carnais e infernais.

Máscaras fractais, sensacionais;
máquinas faciais,
terminais,
plenas de rosticidades
nas cidades sociais e ficcionais.
É daí que você constrói
e depois rói e destrói
as máquinas trágicas, desejantes,
errantes e dominantes.

Seu rosto em carne-viva,
indefinida, dolorida e ferida,
acostumada às fachadas
risonhas e engessadas,
não quer largar,
não quer rasgar, nem chorar,
para  não revelar
a miséria do eu
doeu, doeu,
DO EU!!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Cadê você?

te esperei, esperei muito
quase sucumbi por tua falta,
levantei-me,
andei um pouco e voltei.
esperei de novo,
quase sucumbi.
só não morri e por pouco,
porque não desisti.

sentei-me e aguardei,
fui servido e me refastelei,
depois, muito depois,
te vi, abraçada com um qualquer.
Levantei-me,
paguei a conta e te segui.

Não era você, era outra.
decide voltar e quando cheguei lá,
compreendi,
você era a outra,
então vi um qualquer,
perguntei pela outra.
responderam que eu era louco,
nada respondi. Segui.

Cansado parei, pra cima olhei e orei,
o que fazer,
às vezes é o que resta,
então deitei ali e fiz a sesta.
Foi quando alguém me cutucou
"aqui não pode, morou?",
morei! Fui pra casa
e lá te encontrei.
Ué?
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Bar Bartholomeu



Nessa vazada escada,
tua transparente nudez
me desvaria em resvalo.
beijo teus pés úmidos
de vapores de licor
das garrafas que não fecham mais.

no alto, a sombra te consome
e ainda te vejo nua, leve,
diáfano corpo de pecado,
que mesmo consumida
pela voraz paixão,
te alimento de perdição.
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terça-feira, 5 de julho de 2011

Nostálgica Harley

Para vocês se lembrarem de mim
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Flores

Os amores,
os medos e vertigens,
as esperas e segredos,
os cantos e entregas
são flores.

Flores da manhã de
 infantis alegrias,
recebem as graças solares,
de azuis sem mistério,
exalam nos ares de todos os presentes.

Outras, noturnas,
vicejam damas da noite,
perfumadas
de segredos lascivos.
Em lentos olhares
flertam com inocentes
homens
promíscuos desejos,
quase mortais.

À tarde,
sempre à tarde,
vicejam as tardias
no despertar,
que mergulham  fundo
no fastio e
abrem-se ao passado,
e lembram, lembram
de todas as flores passadas.
São elas, as flores de antes,
do passado tardio,
onde os singulares amores,
medos e vertigens,
onde as esperas e segredos,
os cantos e entregas
não aconteceram.

Aconteceram pois, em flores das tardes,
 calorentas e impudicas;
aconteceram sobre suas coxas,
grudadas de suor, desnudas.
São todas elas flores da tarde,
amarelas que aguardam
as abelhas,
a campainha,
o telefone,
o latido.
Aguardam paradas
o passado.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Reserva em Adrogué

dez anos vagueando no labirinto

por espelhos quebrados,

sem ideal de desconformidade.



um labirinto de vastidões

onde os vazios são estreitos

cheios de águas brancas.



o minotauro alado sobrevoa TLÖN

não deixa recado, o mundo é dele.



o olhar escapado pelo absinto

não ameniza o abandono.

Viverei no hotel em Adrogué.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Muro de igreja

esquina dos encontros furtivos,
melhor é no muro da igreja
para apertos e amassos,
beijos e encostos.

Ouço seus gemidos, minha santinha,  
tantos pecados não confessados,
atiçados pelo fogoso cavalo
contido nos arreios dos jesuítas.

lampião da indecencia
atiradeira pra que te quero.
queima a luz da moral
e livra o desejo da inocencia,

a lembrança de seu corpo
encostado no frio estuque,
seus cabelos em coque e
meus dedos avançavam ao toque
da orquídea ameaçada pelo estrume
do indomável potro.

Sorrio dessas imagens
distantes pelos séculos
e sinto o perfume
das damas da noite,
exalando a presença
dos eternos amantes.  



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Quimera Elétrica





Entre os cactos por testemunhas,
o ventre nebuloso rompeu-se.
O peso da massa eletromagnética
faz o ser incorpóreo surgir
esbranquiçado por tramas
ensandecidas de raios elétricos.


Seus passos são descargas
mortais aos infortunados,
impiedosos por natureza
marcam uma devastação
desapaixonada.


Não há risos nem lágrimas,
tão-somente poder e expressão.
Poder por ser tão expressivo,
tão grandioso, por ser tão
para além da morte.


Quimera elétrica nascida do ventre
das nuvens moventes.
Quimera cuja mãe é água
e cujo pai é céu.
Quimera sem nexo, sem sexo,
parte o céu em duas metades,
descarrega trovões pela língua de fogo,
perambula ao esmo, sem tino e sentido.


Quimera fétida de enxofre,
filha das trevas do terceiro céu.
seu antídoto é a fria terra,
pois engole suas faíscas traiçoeiras
e  espinhos elétricos.
Acalma sua fúria de relâmpagos
como um colo de mãe, afaga
o seu ser não-ser.


Bonanza.
Ventos leves sopram e empurram
as nuvens cansadas e combalidas
pelos embates inorgânicos.
Os elementos se recompõe
e a antimatéria se defaz
e faz a vida renascer.

















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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Olhar de palha

um banco de cor branca,
um caminho liso,
um olhar de palha...
trançada,
interrompe a calçada,
como o silencio das pausas,
ou o teto branco
do quarto.

uma mente esquecida
um barco ardente
um jogo de xadrez.
nada se conecta
nesse mundo de games;
o banco vazio
assiste em suas costas
a preocupação dos desocupados.
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