sábado, 27 de junho de 2015

Sessenta e cinco vezes






Da proa fictícia do barco
que me encouraça,
antevejo por sobre os telhados,
as ondas que me jogam em ressaca,
o passado à esmo:

De sessenta e cinco mares navegados;
de sessenta e cinco portos alcançados;
de sessenta e cinco árvores natalinas;
com sessenta e cinco livros lidos;
com sessenta e cinco encontros marcantes;
trazendo sessenta e cinco sentenças pagas,
benfazejas sessenta e cinco profecias realizadas
e as sessenta e cinco ao cubo de frustrações.

Mas, na ponte fictícia do barco da minha vida,
levo perdões, sortes e aceitações,
e por esses ventos e mares,
as singraduras ainda a vencer,
levo você, timoneira do meu coração.



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